19 de dez. de 2010

Amor


E essa outra vida misturada à minha me faz acreditar sem grandes sustos que o amor é possível de novo. E meu peito, onde às vezes ainda bate um coração de menina assustada, de repente é inundado por uma alegria macia. E eu estranhamente me sinto protegida. E me faz acordar à noite pra olhar mais um pouquinho, porque o tempo nunca é bastante. E me faz procurar aqueles olhos que tão logo se tornaram cúmplices do que há de melhor em mim e de tudo aquilo que me dói. E me faz pensar enquanto molho as plantas, enquanto estou sozinha no elevador, enquanto cozinho, enquanto leio um livro, e tenho que reler várias vezes a mesma frase, porque já estou lá, naquelas sardas, naqueles cachos, naquele colo morno, abrindo mais uma vez esse presente tão delicado que se chama amor.

Um comentário:

  1. Lindo retrato de um encontro potente! Flores coloridas deliram entre as palavras e a tela!

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