12 de jan. de 2011

Levantou as mãos e sentiu a brisa. Batia de leve. Quente. Tocou. Sentiu depois de muito, algo vindo de fora. Lá fora algo existia. Se ela pudesse, seria como o que se chama júbilo ou epifania. Mas não tinha nome. Era como nada. Antes não existia. Nada antes disso que ela sentiu. As unhas longas e pálidas. Vazava por entre os dedos rangendo baixinho. Fim de tarde. Boa hora pra nascer (mas ela não sabia). O sol se punha amarelo, deixando tudo antigo e mais vivo. O pulso quente levantava a pele em ritmo tímido e dolorido de vida começando. E sentindo o vento discreto ela quase imaginou. Enfim, estava nascendo de novo.

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