9 de jul. de 2011

All Star


À primeira menina ruiva foi pé-ante-pé, alguns emails anônimos. Nada além. Uma única conversa ao fim de um ano platônico. “Como pode gostar de alguém que não conhece? Sei lá, sou assim mesmo. Amo Janis Joplin, amo Ana Cristina, Caio Fernando, Luther King, minha bisavó. Todos esses seres imaginários”. Mas daí ela foi. E eu fiquei. Tudo bem e tchau. Um amorzinho alaranjado. Daí veio a perdida, míope e descabelada. Assim, mais louca que eu. Duas meninas numa bicicleta com garupa e com cestinhas para as compras, uma casa bagunçada, pé de maracujá e alguns sonhos coloridos. Na vida real tudo isso se desfez. Ela foi. E eu fiquei. Morri e remorri “a hundred times”. E foi no rasgo, lapso de mim, que meu vermelho amor ressoou. Aquela que eu passei a amar antes do sol. Fui clichê. Mãos dadas na beira do mar, música nossa, bolha de amor, tatuagem, bilhetes pela casa, aliança com diamantes (bem pequeno porque a gente continua sem grana). Sem pé-ante-pé, bem ao meu estilo. Barulhenta, dançando pelada pela casa, deixando meus lenços pelos cantos, arranhando a lua cheia. Voracidade de gata ranheta. Ela não foi. Ficou comigo nesse mundo que é tão nosso. Banheiro rosa, conchas, All Star, xícaras de bolinhas, creme para cachos, filme antigo.

Ai baby fica comigo até eu acabar de contar suas sardas infinitas?

Um comentário: